Projeto João do Pulo leva o esporte a pessoas com deficiência
uando a hoje halterofilista Tayana Medeiros recebeu de um amigo o convite para visitar uma unidade da Marinha no Rio de Janeiro para conhecer o Projeto João do Pulo, desenvolvido pelo Ministério da Defesa para atender pessoas com deficiência, a intenção era apenas conferir as atividades desenvolvidas lá. Mas não foi isso que aconteceu.
“Chegando no projeto eu gostei, pedi para ficar. Comecei no atletismo, fui medalhista, mas eu achava que ainda faltava alguma coisa”, contou. Foi aí que lhe apresentaram o halterofilismo, que é um esporte em que o atleta tenta levantar o maior peso fixado em barras possível, do chão até a altura acima da cabeça.
“Com três meses de treinamento eu fui para minha primeira competição e já sai classificada para o mundial. E desse mundial começou a minha busca até Tóquio”. E a tão sonhada vaga chegou. Nascida com uma doença chamada artrogripose, que comprometeu o movimento das pernas, Tayana vai disputar os Jogos Paralímpicos de Tóquio, que ocorrerão entre 24 de agosto e 5 de setembro.
De acordo com Comitê Paralímpico Brasileiro, o halterofilismo brasileiro será representado por sete atletas nos Jogos, sendo três mulheres.
Projeto João do Pulo
O Projeto João do Pulo (PJP), uma extensão do Programa Forças no Esporte (Profesp) do Ministério da Defesa, surgiu em 2015 com o objetivo de promover a reintegração social dos militares que adquiriram alguma deficiência física em consequência de acidentes ou enfermidades durante a carreira nas Forças Armadas.
Em 2019, começou a atender também pessoas com deficiência a partir dos seis anos de idade, preferencialmente em vulnerabilidade social e, prioritariamente, crianças e jovens. As atividades são realizadas no contraturno escolar em 13 núcleos implantados em organizações militares, beneficiando pouco mais de 300 pessoas com deficiência.
“Hoje a maioria dos nossos beneficiados do João do Pulo são crianças, pessoas humildes, oriundas de setores de exclusão social que estão conosco mudando sua cabeça e melhorando fisicamente”, ressaltou o diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa, Major-Brigadeiro do Ar José Isaías Augusto de Carvalho Neto.
O projeto atua em parceria com o Ministério da Cidadania, do Ministério da Educação e do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos e com organizações, como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Associação Vencedores Adaptados (AVA), da Federação dos Institutos Pestalozzi e Comissão Paralímpica Brasileira.
“Você entende que é uma clínica, não é simplesmente uma quadra em que a gente está treinando esporte. Por isso que trabalhamos com gente altamente especializada dando apoio a esse público”, destacou o Major-Brigadeiro.
O programa possui três núcleos:
– Atividades Paradesportivas: fornece aparelhos e equipamentos adaptados para as pessoas com deficiência praticarem esportes;
– Atividades Sócio Inclusivas: crianças sem necessidades especiais e com deficiência praticam esportes juntas;
– Atividades de Equoterapia: terapia com cavalos para crianças com deficiência. Os núcleos de atividades equestres funcionam em algumas organizações militares que contam com cavalos, treinadores e técnicos com conhecimentos sobre o assunto de entidades parceiras.
O nome do projeto foi dado em homenagem ao desportista militar João Carlos de Oliveira, recordista em salto triplo e medalhista olímpico, que teve sua perna direita amputada após um acidente automobilístico.
Fonte: Governo Federal