Paraíba é estado com mais casos de zika no Brasil e 3º com mais ocorrências de chikungunya
Com 4.252 casos de zika, uma das doenças causadas pelo Aedes aegypti, a região Nordeste concentra 74,5% dos registros do país em 2021, com 5.710 no total. Na Paraíba, até a Semana Epidemiológica 45, foram 1.335 casos, maior número do Brasil, o que representa um aumento de 345% no estado se comparado ao mesmo período de 2020, quando foram notificadas 300 ocorrências da doença. O estado também se destaca negativamente ao aparecer na terceira colocação do ranking de casos de chikungunya, com 9.019 notificações.
Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira (30) pelo Ministério da Saúde, durante o lançamento da campanha ‘Combata o mosquito todo dia’. A ação tem o objetivo de evitar surtos e epidemias das arboviroses.
Já a Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba (SES) divulgou à tarde os números até a Semana 46, apontando que o estado registrou de 1º de janeiro a 26 de novembro, 14.346 casos de dengue (um crescimento de mais de 1.100 casos prováveis no último mês), 9.437 de chikungunya (mais 647 no período de quatro semanas) e 1.454 casos de zika.
No mesmo período, houve 15 registros de óbitos suspeitos por arboviroses, distribuídos nos municípios de Alcantil (1), Bayeux (1), Cabedelo (1), Conde (1), Desterro (1), João Pessoa (6), Queimadas (1), Sapé (1), Uiraúna (1) e Patos (1). Deste total, 10 foram descartados e 4 confirmados para dengue nos municípios de João Pessoa, Alcantil e Patos. Um caso continua ainda em investigação.
Números nacionais
O Brasil registrou tendência de queda no número de casos e óbitos em decorrência da dengue em 2021. Até novembro, foram notificados 494.992 casos, o que representa uma queda de 46,6% em comparação com o mesmo período de 2020, que registrou 927.060 casos. Já o número de óbitos pela doença apresenta uma redução de 62% dos óbitos confirmados. Em 2021 foram 212, enquanto 2020 registrou 564 óbitos.
Entre as principais arboviroses de circulação urbana, a zika foi a única que não registrou óbitos em 2021. Ao todo, foram registrados 5.710 casos prováveis em todo o Brasil, uma queda de 17,6% em comparação com o mesmo período de 2020 no país. Porém, foram registrados aumentos no número de casos de zika nas regiões Norte (28,3%) e Sul (36,6%).
Com relação à chikungunya, o número de casos aumentou em 2021, diferente do número de óbitos que caiu 64%. Este ano, foram registrados 90.147 casos e 10 óbitos em todo o país. Todas as regiões apresentaram aumento nas notificações em comparação com o ano de 2020, sendo a Região Sudeste a com maior incidência. Os três estados que mais registraram casos da doença foram Pernambuco (29.785), São Paulo (18.156) e Paraíba (9.019), respectivamente.
Medidas contra as doenças
Mesmo diante da pandemia do novo coronavírus, o enfrentamento às arboviroses segue sede uma das prioridades da saúde pública nacional. Até novembro deste ano, foram adquiridos mais de 80 milhões de tabletes do larvicidas, dos quais, mais de 21 milhões já foram distribuídos aos estados e ao Distrito Federal. A expectativa é que em 2022 sejam adquiridos mais de 84 milhões de tabletes.
Além disso, mais de 277 milhões de litros do adulticida foram adquiridos e 165 milhões de litros distribuídos às unidades federadas. Outra medida adotada pelo Ministério da Saúde foi a aquisição de mais de 22 mil quilos do inseticida utilizado em pontos estratégicos. Desses, mais de 5 mil quilos foram distribuídos.
Ações simples podem ajudar no combate ao mosquito Aedes aegypti e o segredo está nos cuidados com os diferentes ambientes, principalmente no quintal de casa. “Toda comunidade precisa estar ciente que é papel de todos evitar a proliferação do Aedes aegypti”, destaca o Ministério da Saúde.
Entre as medidas que podem ser adotadas estão: evitar água parada em pequenos objetos, pneus, garrafas e vasos de planta; manter a caixa d’água sempre fechada e realizar limpezas periódicas; vedar poços e cisternas; descartar o lixo de forma adequada.
“Os gestores devem também reforçar a limpeza urbana, promover ações educativas nas escolas e estimular ações conjuntas entre diversos setores como saúde, educação, saneamento e meio ambiente, segurança pública, entre outros”, orienta o Ministério da Saúde.
Fonte: Portal Correio