Método de correção do Enem dá nota menor a quem chuta questões
O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), programado para começar no domingo (17), adota a TRI (teoria de resposta ao item) como metodologia de avaliação das provas. O sistema, segundo informações do MEC (Ministério da Educação), não considera apenas o número de acertos, mas, também, o desempenho do indivíduo por meio das “habilidades do avaliado e características das questões.”
Cada questão, de acordo com o método, é qualificada por meio três parâmetros: a proeficiência, o grau de dificuldade e, ainda, a chance de acerto por “chute” —quando o estudante decide por responder de forma aleatória e sem domínio do assunto exigido pela prova. Ou seja, os testes do exame são preparados com perguntas pré-classificadas como fáceis, médias e difícices.
“O esperado é que o candidato tenha um desempenho melhor nas mais simples. A TRI faz uma análise estatística, ‘antichute’, para calcular uma nota final que indique se houve coerência nas respostas”, explica João Pitoscio Filho, coordenador de química do cursinho Etapa. “O objetivo é buscar coerência nos acertos”, completa.
Quando um estudante erra uma séria de questões consideradas “fáceis” —a partir da análise do padrão de respostas dele—, o programa responsável pela correção percebe a insconsistência do aluno. Com isso, a nota final é diretamente impactada porque no natural para esse indivíduo era não encontrar grandes dificuldades nessas questões.
Segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão federal responsável pelo Enem, a teoria de resposta ao item “pressupõe que um candidato com um certo nível de proficiência tende a acertar os itens de nível de dificuldade menor que o de sua proficiência e errar aqueles com nível de dificuldade maior.”
Para o coordenador João Pitoscio Filho, a melhor forma do aluno lidar com as questões mais “complicadas” é partir pelas mais objetivas (principalmente nas prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias). “Primeiro fazer a prova atacando as questões mais diretas, mas lembrando que quanto maior o acerto melhor. O que ele tem que evitar é chutar qualquer coisa. Ele tem que acertar muitas questões com coerência”.
Para que serve a TRI?
Sistema busca beneficiar aluno que se preparou para o Exame Nacional do Ensino Médio
– Encontrar coerência nas respostas dos alunos;
– Comparação entre os participantes de diferentes edições;
– Diminuir as chances de empate entre os candidatos, principalmente porque a nota do Enem é fundamental para quem deseja participar de algum programa educacional do governo federal, como o Prouni (Programa Universidade Para Todos) e Sisu (Sistema de Seleção Unificado);
– Indentificar “chutes” e garantir que apenas os alunos que se prepararam para o exame sejam reconhecidos com notas altas.
Fonte: Ricardo Pedro Cruz, do R7