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Enem 2021: segundo dia de provas terá maratona de matemática

A segunda etapa do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) será realizada neste domingo (28). Estudantes encaram a partir das 13h30 uma prova composta por 90 questões — 45 de matemática e 45 perguntas que englobam biologia, física e química. Os participantes terão 5 horas para fazer o exame.

Neste ano, assim como na primeira prova, além do documento oficial de identificação com foto e da caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, a máscara de proteção facial é item obrigatório.

Lanches leves e água estão liberados. Nada de boné, equipamentos eletrônicos ou relógio. O celular deverá ser desligado e guardado em um envelope distribuído pelo organizador e poderá ser retirado no momento em que o candidato deixar o local de prova. Qualquer emissão sonora durante o exame implica na desclassificação do candidato.

Caso o candidato apresente algum sintoma de Covid-19 ou de outra doença infectocontagiosa descrita no edital, poderá pedir para participar da reaplicação do exame.

A reaplicação deverá ser solicitada na Página do Participante, entre 29 de novembro e 3 de dezembro, acompanhada de documentação que comprove a condição de saúde do inscrito.

A reaplicação será nos dias 9 e 16 de janeiro de 2022, a mesma data da aplicação do Enem PPL (exame para pessoas privadas de liberdade ou sob medida socioeducativa) 2021 e para os participantes isentos da taxa de inscrição em 2020, que por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) tiveram nova oportunidade de inscrição no Enem.

Arte R7

Neste ano, os candidatos que escolheram a modalidade digital fazem a prova no mesmo dia que aqueles que optaram pela prova impressa. Os portões abrem ao meio-dia e fecham pontualmente às 13h sempre pelo horário de Brasília. Estudantes que farão exame no Amazonas, Acre e em Fernando de Noronha devem ficar atentos ao fuso.

A partir das 15h30 os estudantes podem deixar o local de prova sem levar o caderno de questões. Só a partir das 18h é permitada a saída com os cadernos. O exame chega ao fim às 18h30.

Arte R7

Enem 2021

No primeiro dia de prova, segundo informações do Inep, 26% dos inscritos não compareceram ao exame. Neste domingo (28), os candidatos encaram uma maratona de cinco horas de prova para responder a 90 questões relacionadas à ciências da natureza e matemática e suas tecnologias.

O Enem é a principal porta de entrada para as universidades públicas no Brasil pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada), para bolsas em instituições privadas, pelo Prouni (Programa Universidade para Todos), e serve de parâmetro para o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Os resultados também podem ser usados para ingressar em instituições de ensino portuguesas que têm convênio com o Inep.

Polêmicas

A edição deste ano foi marcada por polêmicas, a começar pelo atraso na divulgação do cronograma do exame. O Inep cogitou realizar as provas em janeiro de 2022, mas voltou atrás; no entanto, esta edição tem o menor número de inscritos desde 2009, quando a nota do exame passou a ser usada para o acesso ao ensino superior, com apenas 3.109.762.

De acordo com o edital, os estudantes que tiveram isenção na taxa de inscrição no exame de 2020, mas não compareceram para fazer as provas e não justificaram com atestado médico perderam o direito à isenção da taxa neste ano.

Partidos de oposição e entidades estudantis entraram com uma ação contra a cláusula e, após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), o MEC (Ministério da Educação) abriu novamente as inscrições, mas para atender a esses participantes que perderam o direito de isenção.

Duas semanas antes da realização do Enem, pelo menos 37 servidores pediram demissão do Inep. Os funcionários alegaram falta de gestão da direção da autarquia e assédio moral. O presidente da autarquia, Danilo Dupas, foi chamado à Câmara dos deputados para esclarecer a debandada, argumentou se tratar “de uma questão interna do instituto”, mas garantiu a realização do exame. No Senado, Dupas reforçou justificou a demissão em massa como sendo uma questão econômica.

Durante uma visita a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Enem “começa agora a ter a cara do governo”. Depois disse que não leu as provas do Enem, mas declarou que o “exame era ativismo político e comportamental”. Questionado sobre a afirmação, o vice-presidente Hamilton Mourão declarou que o governo “não mexeu nas questões do Enem”.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, compareceu de surpresa e voluntariamente a uma audiência na Comissão de Educação da Câmara. Ribeiro negou que tenha havido algum tipo de interferência nas questões do Enem, como a suposta troca de questões, e justificou a presença de um agente da Polícia Federal na área segura do Inep “como um procedimento de segurança”.

Um grupo de deputados federais protocolou uma ação no MPF (Ministério Público Federal), contra o ministro da Educação e o presidente do Inep, em que pede investigação por improbidade administrativa. Eles também requerem que quaisquer “agentes públicos eventualmente envolvidos” no “controle ideológico” do Enem sejam punidos. O TCU (Tribunal de Contas da União) abriu investigação para apurar possíveis irregularidades no Enem e na gestão do Inep. Em despacho, o ministro Walton Alencar Rodrigues manteve Dupas na presidência do instituto para não atrapalhar a realização das provas, mas pediu que as denúncias feitas pelos deputados sejam apuradas.

Fonte: Karla Dunder, do R7

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