Desaparecidos: Ministério Público da Paraíba faz triagem de casos para coleta de DNA para banco genético nacional
O Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos do Ministério Público da Paraíba (Plid-MPPB) iniciou uma triagem nos casos de desaparecimentos que acompanha a fim de verificar os que podem ser solucionados com o auxílio do Banco Nacional de Perfis Genéticos, mantido pelo Governo Federal. O Plid vai encaminhar familiares de desaparecidos ao Laboratório de DNA do Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC) para coleta de material genético. As informações genéticas desses paraibanos serão cruzadas com as existentes no banco nacional, aumentando as chances de um desfecho dos casos sem solução.
De acordo com a promotora de Justiça, Elaine Alencar, coordenadora do Plid, essa iniciativa iniciou-se esta semana com uma formação ministrada pelo IPC aos membros e servidores que atuam do MPPB. “Precisávamos compreender como o Banco de Perfis Genéticos pode contribuir para solucionar os casos de desaparecimento. O banco trabalha com informações de DNA coletadas de corpos sem identificação que chegam aos institutos de medicina legal. O DNA, embora não sendo o primeiro recurso de identificação, oferece a vantagem de ter um banco nacional. Então, as informações coletadas de cadáveres sem identificação em todos os estados da federação são centralizadas em um único banco nacional, com possibilidade de cruzamento com informações internacionais”, explicou.
A promotora ainda lembrou que, uma vez coletado o perfil genético de um familiar de um desaparecido na Paraíba, ele é confrontado com todos os perfis de corpos não identificados existentes no banco. “Uma vez coletado, mesmo que no primeiro momento não se consiga a confirmação de compatibilidade, esse material genético fica em constante processamento e somente é excluído quando localizado dentro do banco ou por outras fontes externas e comunicado ao banco. Então, a coleta fica dentro do banco até que o caso de desaparecimento seja solucionado”.
18 mil amostras
A administradora do Laboratório de DNA do IPC/PB, Ana Caroline Bernadi, disse que a parceria que vem se firmando entre o Ministério Público e o Instituto de Polícia Científica é benéfica para ambos os lados. “As reuniões tem conteúdo cada vez mais amadurecido, possibilitando uma correta orientação aos familiares, fluxo unidirecional e celeridade nos exames. O encaminhamento de familiares por meio de Plid é fundamental para que as confirmações de desaparecidos sejam feitas. A expectativa é de um aumento substancial na identificação positiva destes corpos. Para um parente, muito pior do que a identificação do corpo de um ente querido é a eterna espera de respostas. Em levantamento realizado pela Rede Integrada de Perfis Genéticos, em todo o país existem cerca de 18 mil amostras de restos mortais não identificados aguardando análise genética. A intenção do Governo Federal é que os estados eliminem esta demanda reprimida em 100% até o final de 2022”, disse.
A formação foi ministrada por Ana Caroline Bernadi e Gisleide Bastos (sub-administradora do laboratório do IPC). Além da promotora Elaine Alencar, participaram também a promotora Carla Gurgel e os demais integrantes do Plid e do Núcleo Psicossocial (Nups/PB): Silvana Neponucemo, Narayama, Raissa Valetim. Também fizeram a formação representantes do IPC, da UFPB, da Liga Legal de Odontologia e do Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico e Desaparecimento Pessoas.
Fonte: MPPB