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Campinense quebra tabu, volta à Série C e Ranielle exalta atletas: “merecem todos os méritos”

Se existem os famosos “deuses do futebol”, eles estiveram ao lado do Campinense neste sábado (16). O palco escolhido para a quebra de um dos mais indigestos tabus da recente história raposeira não poderia ser outro além do Estádio Amigão, e foi justo no reencontro com o seu torcedor após 19 meses de afastamento e na sua centésima partida pela Série D, que o Rubro-Negro bateu, nos pênaltis, o América-RN e retornou à Série C após 10 anos do seu rebaixamento. Em entrevista coletiva concedida à imprensa depois do jogo, o técnico Ranielle Ribeiro falou sobre as suas impressões da partida e fez questão de exaltar o seu grupo pela conquista.

Ranielle Ribeiro foi o encarregado de levar o Campinense à Série C após nove temporadas de tentativas — Foto: Samy Oliveira / Campinense

Ranielle Ribeiro foi o encarregado de levar o Campinense à Série C após nove temporadas de tentativas — Foto: Samy Oliveira / Campinense

Foram nove longas temporadas de uma árdua e incessante luta pelo retorno à 3ª divisão. Rebaixado em 2011 em meio a uma grande polêmica em torno de uma suposta compra de resultados envolvendo Fortaleza e CRB, o torcedor raposeiro sabia que a última divisão do futebol nacional não era o seu lugar. No entanto, desde 2012 que a Série D foi o habitat da Raposa de Campina Grande, que por duas vezes neste período chegou consideravelmente perto do retorno à Terceirona, mas acabou ficando pelo caminho.

Engana-se, no entanto, quem pensa que o objetivo foi conquistado com tranquilidade. Muito pelo contrário. Do outro lado estava um América de Natal em condições muito semelhantes a do adversário paraibano e necessitando do acesso para garantir, com suas próprias forças, calendário para o segundo semestre de 2022. A qualidade da equipe potiguar foi um ponto destacado pelo técnico Ranielle Ribeiro, algo que, de acordo com ele, apenas serviu para valorizar ainda mais a conquista raposeira.

— Não podemos, em hipótese nenhuma, diminuir a qualidade do América-RN. Eles no início do segundo tempo tiveram aquela bola na trave do Esquerdinha, e, para ser sincero, a qualidade do América só valorizou ainda mais a nossa conquista. Eu busco entrar na pele dos jogadores. Foi um jogo muito emocional. Quando tivemos o controle do jogo e não conseguimos fazer o gol, aquilo gerou um certo desequilíbrio e ficou uma partida muito aberta, de muito respeito também, principalmente a nível de segundo tempo, mas, felizmente, conseguimos alcançar o nosso objetivo. Esse grupo é merecedor de todos os elogios e de todos os méritos desta conquista — avaliou.

Mauro Iguatu, um dos nomes do Campinense na temporada, foi abraçado por Ranielle após a partida — Foto: Samy Oliveira / Campinense

Mauro Iguatu, um dos nomes do Campinense na temporada, foi abraçado por Ranielle após a partida — Foto: Samy Oliveira / Campinense

Se Mauro Iguatu chegou ao Campinense com algum olhar de desconfiança pelo que havia construído no maior rival do time, agora o goleiro tem uma história ainda maior pelo clube do Alto da Bela Vista. Destaque na conquista do título estadual pela Raposa, que tirou a equipe de uma fila de cinco anos sem conquistar o certame, o arqueiro já havia sido decisivo no duelo contra o Sergipe, quando, nos pênaltis, defendeu duas cobranças e converteu a sua para selar a classificação às oitavas de final. Na noite deste sábado, mais uma vez nos pênaltis, Iguatu não defendeu nenhuma cobrança americana, mas foi dos seus pés que saiu o gol que selou a quebra de um indigesto tabu rubro-negro, no que Ranielle Ribeiro taxou como uma “predestinação dos deuses do futebol”.

— Quiseram os deuses do futebol que o nosso acesso fosse decidido nos pênaltis, né? O Mauro é um cara abençoado, um cara predestinado demais e merece tudo que está acontecendo na carreira dele. Mas por trás de Iguatu tem um um elenco muito vitorioso, um elenco que acreditou desde o início que poderia ser possível e conseguimos tirar o Campinense de uma fila de dez anos. Passaram dez grupos aqui, todos com suas qualidades e defeitos, e não conseguiram o que nós conseguimos — pontuou.

Após acesso, meta estipulada pelo técnico agora é o título da Série D — Foto: Samy Oliveira / Campinense

Após acesso, meta estipulada pelo técnico agora é o título da Série D — Foto: Samy Oliveira / Campinense

A repentina chuva que caiu em Campina Grande após o apito final do tempo regulamentar se estendeu durante a noite regando a comemoração dos raposeiros, que invadiram as ruas da cidade cantando a plenos pulmões o seu amor pelo o Campinense. Os atletas também embarcaram na festa e se deixaram contagiar pela alegria do torcedor. A comemoração, segundo o chefe da comissão técnica rubro-negra, é mais do que válida, mas a partir do início da próxima semana o foco será totalmente voltado para mais uma grande meta: o inédito título do Campeonato Brasileiro da Série D.

— Agora vamos permitir que os nossos atletas comemorem um pouco. Esse foi um dos objetivos traçados para a temporada que conquistamos, talvez o principal deles, mas ainda tem campeonato pela frente. Hoje nossos jogadores estão na prateleira de campeões paraibanos, conquistaram um acesso, mas, ainda temos um campeonato a se disputar. Nosso grupo é vitorioso, está sempre em busca de conquistas, e a nossa meta agora é o título da Série D — finalizou.

Fonte: GE PB

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