Nasa adia lançamento da missão Artemis I à Lua pelo menos até fevereiro
O lançamento da Artemis I, uma missão não tripulada, que constitui o primeiro passo ambicioso da Nasa para voltar a colocar humanos na Lua, será adiada até pelo menos fevereiro de 2022, segundo a agência.
A previsão era que o lançamento acontecesse inicialmente em novembro, entretanto, com os atrasos devido à pandemia da Covid-19, tempestades como o furacão Ida, além de outros fatores, atrasaram o calendário da missão.
Durante o voo, a nave espacial não tripulada Orion será lançada em cima do foguete do Sistema de Lançamento Espacial (SLS, na sigla em inglês) para chegar a Lua e viajar milhares de quilômetros adiante dela, mais do que qualquer outra nave espacial destinada a transportar humanos já tenha viajado. É esperado que essa missão dure poucas semanas e termine com a aterrissagem da Orion no oceano Pacífico.
No comunicado, a Nasa informou que a fixação da Orion na parte superior do foguete SLS aconteceu antes da meia-noite da última quinta-feira (21), no Centro Espacial Kennedy, da Nasa, localizado no estado da Flórida, nos Estados Unidos.
“Com a montagem e integração completas do foguete do Sistema de Lançamento Espacial da Nasa e da espaçonave Orion, estamos cada vez mais perto de embarcar em uma nova era de exploração humana no espaço profundo”, disse o administrador da Nasa, Bill Nelson.
“Graças ao trabalho árduo da equipe projetando, fabricando, testando e agora concluindo a montagem do novo foguete e nave espacial da Nasa, estamos na reta final dos preparativos para o primeiro lançamento da missão Artemis I, abrindo o caminho para explorar a Lua, Marte e além por muitos anos”, continuou.
A plataforma móvel, que tem uma altura de 98 metros no edifício de montagem de veículos, está pronta para entrar na fase final de provas antes de uma janela de lançamentos que será aberta em 12 de fevereiro e encerrada em 27 de fevereiro.
Essa última etapa incluirá provas de integração entre o Orion e o foguete antes da plataforma móvel ser levada para a plataforma de lançamento. Na continuação, a plataforma será submetida a uma prova final, denominada “wet dress rehearsal”, ou prova geral com combustível, que inclui a execução de todas as operações de carga do propulsor nos tanques de combustível e uma contagem regressiva antes do lançamento. Basicamente, todo o ritual necessário para um lançamento sem chegar a realizá-lo.
Se essa prova, prevista para acontecer em janeiro, tiver exito, a plataforma irá retornar para o edifício até que esteja pronta para o lançamento real.
Após o voo não tripulado da Artemis I, a Artemis II será uma missão tripulada que irá sobrevoar a Lua. Já a Artemis III irá levar os astronautas para a superfície lunar, levando pela primeira vez uma mulher e uma pessoa negra. O calendário de lançamento das próximas missões depende da Artemis I.
“É mais alto do que a Estátua da Liberdade, e gosto de pensar nela como a Estátua da Liberdade, porque é uma equipe muito complicada, e muito inclusiva, representa a todos”, disse Tom Whitmeyer, administrador adjunto para desenvolvimento de sistemas de exploração na Nasa, na sexta-feira (22). “O foguete, em si, foi construído com pessoas de todos os estados dos Estados Unidos. E é uma conquista muito importante para este país.”
Embora completar o conjunto seja um marco importante na reta final da missão, há outras prioridades desafiantes pela frente, disse Mike Sarafin, chefe da missão Artemis I.
A prova geral de combustível, ou outras semelhantes, estão desenhadas para garantir que a Artemis I esteja totalmente preparada. Os resultados da prova podem mudar a data de lançamento.
“Preparamos propositalmente uma prova de estresse para nosso foguete Sistema de Lançamento Espacial e nossa espaçonave Orion”, disse Sarafin. “Nossos quatro objetivos principais são: demonstrar a capacidade de Orion de retornar da Lua em condições de realizar a reentrada lunar, operar nossos sistemas de voo e no entorno do voo, e recuperar nossa espaçonave, e então o que gosto de chamar de alvos extras.”
Esses objetivos adicionais incluem as “fotos notáveis”, que serão capturadas pelas câmeras de ponta montadas nos extremos das alas do conjunto solar da Orion durante sua viagem entre a Terra e a Lua, enquanto estiver ao redor da Lua, e conforme seu retorno e aterrissagem.
“Órion vai tirar fotos de si mesmo, e veremos a lua ao fundo e nós à distância”, disse Sarafin. “Veremos a Terra a cerca de 275.522 quilômetros de distância e realmente teremos uma nova perspectiva sobre a geração Artemis.”
Em última caso, a data de lançamento irá determinar a duração da missão. Durante o período de lançamento de 15 dias em fevereiro, a metade dos dias poderiam lugar a missão maior, com uma duração de seis semanas, com uma duração de seis semanas, enquanto os outros dias significariam uma missão de curta duração, de cerca de quatro semanas.
Se o lançamento não for em fevereiro, também há oportunidades para que a Artemis I seja lançada da plataforma entre 12 e 27 de março e entre 8 e 23 de abril.
A Artemis I será o último teste da Orion antes que a nave leve os astronautas para a Lua, mil vezes mais longe da Terra que a estação espacial, indicou Cathy Koerner, diretora do programa Orion.
“Isso realmente irá demonstrar as capacidades de nossa espaçonave e em ambientes de radiação mais extremos”, afirmou. “Estamos ansiosos para enviar Orion à Lua e ver seu desempenho naquele ambiente.”
Fonte: CNN